PPCI
Ausência de PPCI não significa falta
de equipamento de combate a incêndio
A ação da Secretaria de
Estado da Educação entre 2011 e 2013 duplicou o percentual de escolas e prédios
de Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) com Plano de Prevenção e Combate
a Incêndios (PPCI). Até 2011, 15% das instalações de escolas e CREs contavam com
alvará do Corpo de Bombeiros. Somente em 2011 e 2012, intervenções da Seduc
garantiram a 30% dos prédios escolares e que abrigam CREs a existência do PPCI.
Isso quer dizer que em 45% da rede estadual de Educação os procedimentos
administrativos referentes ao combate a incêndios estão em andamento, já que o
PPCI pode ser considerado o “estágio anterior” ao alvará. No restante da rede,
não há PPCI ou alvará, porém, existem equipamentos mínimos de prevenção contra
incêndio.
Para tranquilizar as
comunidades escolares, o coordenador do Grupo de Trabalho que trata do tema PPCI
na Secretaria de Estado da Educação (Seduc), o bombeiro militar Márcio
Mullemaister, diretor-adjunto do Departamento de Logística e Suprimentos (DLS)
da secretaria, enfatiza que o fato de escolas e sedes de CRE não terem PPCI ou
alvará não significa que não possuam equipamentos mínimos de segurança contra
incêndio, como extintores, central de gás, iluminação e sinalização de
emergência. Ele explica que o PPCI é um plano, que está no papel, e as escolas
podem adquirir equipamentos, mesmo sem ter o Plano de Prevenção, ou seja, são
ações paralelas. Mullenmaister salienta que alguns diretores de escola atualizam
os extintores, mesmo não tendo PPCI.
Azevedo enfatiza que as
intervenções da Secretaria vêm sendo feitas muito antes da tragédia ocorrida em
janeiro, em Santa Maria, quando o incêndio da Boate Kiss vitimou 241 jovens,
quando o tema passou a ter mais destaque na imprensa e nos diferentes ambientes
sociais, incluindo as escolas. Desde fevereiro, a Secretaria participa de um
grupo de trabalho no Ministério Público, para tratar do assunto.
Mullemaister destaca que
a intenção da Seduc é, gradativamente, ampliar a quantidade de escolas com PPCI
e alvará. Uma das medidas adotadas pelo secretário da Educação, Jose Clovis de
Azevedo, é incluir o Plano em todas as escolas que serão contempladas com o
Plano de Necessidade de Obras (PNO), compromisso assumido pelo secretário antes
da tragédia de Santa Maria e cujas obras devem ser iniciadas até o final do ano.
O PNO vai reestruturar totalmente as maiores escolas da rede estadual, sendo o
PPCI e acessibilidade dois dos 17 itens que compõem o Plano de intervenções.
Além do PNO, que vai
revitalizar na primeira etapa 524 escolas, a Seduc também planeja intervenções
de curto e médio prazos para adequação das escolas que ainda não possuem o PPCI
ou alvará dos Bombeiros, entre elas a implantação do PPCI-E (Emergencial), no
decorrer dos anos de 2013 e 2014. Este Plano Emergencial também será
implementado de forma gradativa. A ideia é implantar nas escolas cinco sistemas
de prevenção simultâneos (hoje pode haver alguns deles nas escolas): extintor de
incêndio, sinalização de emergência, iluminação de emergência, central de GLP
(gás) e alarme de incêndio. A estimativa de investimento no PPCI-E para a rede
estadual é de R$ 18 milhões.
Risco 2
Mullemaister salienta
que, de acordo com a legislação que regulamenta o PPCI na Capital e no Estado do
Rio Grande do Sul, as escolas são classificadas como de risco baixo (Risco 2. Na
escala, que vai de 1 a 12, risco pequeno está entre os números 1 e 4).
“Portanto, não podemos criar pânico na comunidade escolar, estamos trabalhando
para reforçar a segurança de nossos alunos e manter um sistema de prevenção
adequado e efetivo em nossas unidades educacionais”, resume o bombeiro militar
que responde pelo tema na Secretaria de Estado da Educação.
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